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domingo, 3 de abril de 2011

NO HOSPITAL ,IZABELA INTERNADA EM ESTADO GRAVE

                                                     CAPITULO 12

                                               04 de abril de 2011




O hospital mais próximo da fazenda ficava há mais de quatro horas de viagem, por uma estrada de difícil acesso.

Na cidade mais próxima à fazenda havia  um médico que cuidava dos casos mais simples de saúde. Maico e Eleafar passaram pela cidade e não tendo encontrado o médico, que provavelmente fazia visitas naquele horário, decidiram levar Izabela diretamente para o hospital.

Enquanto conduzia o veículo recém comprado por Eleafar,Maico refletia sobre o acidente de Izabela e se lembrava  dos estranhos sonhos que tinha tido na última semana com a família de Eleafar. Havia sonhado que estavam sendo ameaçados e sombras e nuvens negras incomuns cobriam a fazenda.Vira também Mary, Doris e Manuela chorando muito e Izabela em um leito de hospital imobilizada e com médicos ao seu redor que pareciam discutir entre si. Levantara coberto de suor porque havia visto alguns vultos monstruosos que acompanhavam a todos da família. Imediatamente ao acordar depois desses sonhos, se colocara de joelhos e começara a orar para que o mal que porventura estivesse por acontecer com aquela família fosse dissipado caso seu sonho tivesse algo de aviso, coisa que as vezes lhe acontecia, sonhar e ser avisado de algo, mas naquele caso não compreendia o que poderia ser isso. Iria assim que pudesse falar com seu pastor na cidade sobre tudo que estava ocorrendo. Mas vendo o que tinha acontecido a Izabela, sabia já que iria pedir a toda a congregação que orasse por ela e por toda a família, pois fosse o que fosse, algo terrível estava acontecendo.

Eleafar olhava para Izabela penalizado. Ele sabia que  tinha sido duro demais para com ela, sem que ela o merecesse. As vezes não a via como sua esposa,mas como uma criada,como fora estúpido!  Nesse momento em que ela estava ali ferida e tendo voltado a si, chorava de dor, o coração de Eleafar se apertava, e se arrependia das vezes em que havia sido rude com ela. Se lembrava da linda dama que havia conhecido na corte européia, com quem dançara lindas valsas nos salões elegantes, uma vida que fora deixada para trás por causa da guerra, e ela o acompanhara decidida sem olhar para trás, sonhando com a paz que encontrariam na fazenda que ele comprara. Aquela linda mulher jamais se lamentava, suportara sempre a vida dura do campo com dignidade e coragem, arregaçara as mãos delicadas e se colocara a trabalhar duro junto com ele. Os filhos tinham vindo como uma benção para eles e haviam decidido dar o melhor para eles. Ela apesar da aparência frágil era uma mulher determinada e teimosa, que tinha deixado para trás o seu passado de dama elegante da corte para ser simplesmente a esposa e mãe dedicada.

E agora...Eleafar pensava, o que seria deles sem Izabela na fazenda...Ele sabia que as queimaduras eram gravíssimas e não seria algo que fosse curado em poucos dias...Ele em nada acreditava,mas dizia para si mesmo que se houvesse um Deus, que pudesse cura-la pois lá no fundo do seu coração ele ainda a amava, e o arrependimento por te-la maltratado muitas vezes era grande nesse momento, o que ele daria para não ter feito todas as grosserias e violências que tinha praticado contra Izabela em sua insanidade provocada pela bebida.. Ele esperava ter a oportunidade de mostrar a ela ainda que a amava e mudar seu comportamento e faze-la feliz como ela merecia.

Após horas que pareceram uma eternidade, pararam finalmente diante do hospital. Diante dos gritos e lágrimas de Izabela alguns enfermeiros tinham vindo solícitos ao encontro deles, e ajudavam a transportar Izabela para dentro do hospital, ao mesmo tempo que uma enfermeira saía em disparada pelos corredores procurando os médicos para virem imediatamente, pois ao ver as feridas de Izabela ficara horrorizada, sabia que ela precisava de socorro o mais rápido possivel e que a dor que sentia deveria ser insuportável.

Dentro do  hospital, alguns médicos se reuniram ao redor de Izabela, e começaram a examina-la....Maico observava como era real e parecida aquela cena com o que havia sonhado.. Os médicos conversavam entre si, enquanto ele e Eleafar eram convidados a se retirar daquele recinto e esperarem lá fora.

Após algum tempo de espera, um médico com a fisionomia bastante preocupada veio até eles e se dirigiu a Eleafar: Senhor, a sua esposa está em estado muito grave. O que mais tememos é a infecção e não podemos lhe dar garantia de nada no momento. As queimaduras foram muito profundas e creio porém que ela terá que ficar aqui por muitos meses sempre que consigamos evitar a infecção ou o pior a amputação de seus pés ou das pernas. No momento, devido a dor que a paciente está sentindo, teremos de medica-la com morfina para que possamos tocar em seus ferimentos, esperemos que ela suporte o tratamento. É tudo que podemos lhe dizer no momento. Aconselho que procure na cidade um local para se hospedar para acompanhar os procedimentos e a evolução da paciente.

Eleafar assentiu e ele e Maico deixaram o hospital à procura de acomodações na cidade. A fazenda ficara sem direção, com seus filhos trabalhando.Mas naquele momento, a sua prioridade era sua esposa e sua saúde.

Maico pensava na reação de Mary, das irmãs e irmãos quando soubessem o que havia acontecido..Não tinham tido tempo para localiza-los aquela hora na fazenda, e os criados é que contariam a eles o ocorrido. Ele havia decidido enquanto isso abrir um jejum clamando a Deus para curar Izabela e cuidar do patrão que estava pálido como jamais o vira e muito abalado com tudo que acontecera.

Aquela  família,nunca se importara profundamente com Deus refletiu Maico. Ele só esperava que a falta de interesse de todos pelas questões espirituais não fosse empecilho para que tivessem a oportunidade de conhecer a Jesus Cristo, a quem ele, Maico tanto amava e acreditava...e que não fosse tarde demais para eles e que as trevas que vira em seus sonhos, fossem dissipadas e tudo acabasse bem para todos....

quinta-feira, 24 de março de 2011

IZABELA SE FERE GRAVEMENTE EM ACIDENTE

                                                   CAPITULO 11


                           24 de Março de 2011



Naquela manhã,Izabela já havia trabalhado intensamente. Estava cansada, mas sabia que não poderia parar pois seu marido e filhos aguardavam o almoço enquanto trabalhavam na fazenda. 


Izabela ultimamente começara a sentir muitas dores nos joelhos, tornozelos inchados, mas não reclamava de nada. Essas dores eram provenientes de muitas horas em pé,parada diante do fogão ou fazendo diversos afazeres domésticos. 

Apesar de possuir algumas criadas que a auxiliavam, mesmo assim ainda restava muito a fazer e Izabela então se esforçava muitas vezes acima de suas forças para que tudo saisse a contento.


Ela, que tinha sido uma mulher tão elegante e cortejada na corte européia, reconhecia que havia errado
 ao se casar com Eleafar.Mas não se arrependia do casamento com ele, tentava ser feliz a sua maneira e olhar o lado bom de tudo que tinha.

Ela o amava muito, mas a natureza de Izabela era de uma mulher doce, delicada e meiga,tinha uma sensibilidade
imensa,era carinhosa e amava a paz, alegria e a beleza de tudo quanto podia ver. Mas Eleafar, ao contrário, era um 

homem rude, do campo,que na época de noivado tinha se comportado como um cavalheiro, mas após o casamento, com a 
chegada dos filhos, havia revelado pouco a pouco seu verdadeiro caráter. Um homem que não a via como uma mulher mas 
sim como a mãe dos seus filhos e uma serva. 


Ela tentava chamar sua atenção, se enfeitando, tentando se tornar desejável aos olhos do marido,e apesar de não ter mais seus vinte anos, era ainda uma mulher muito bonita, mas Eleafar nada 
notava, absorto em seu trabalho e preocupações com a fazenda. 

Algumas vezes, Izabela tentara conversar com Eleafar, 
mas ele a afastava com rudeza, deixando-a com o coração triste e amargurado por não ser amada da forma como 

gostaria. 


Onde estava o homem com quem tinha se casado? O que acontecera com êles ao longo desses anos? Izabela algumas vezes 
tinha cobrado dele atitudes diferentes, mas Eleafar então se tornava muito nervoso, chegando quase a agredi-la e 
proferindo palavras duras contra ela.Ela então se retraia, pois ficava receoso que realmente ele a agredisse.. e 
então ficava quieta e se recolhia consigo mesma, e muitas vezes se fechava em seu quarto e chorava amargamente até 
que a tristeza e a opressão que sentia no peito cedessem. Como seria bom se Eleafar voltasse a ser aquele homem 
carinhoso,alegre e amoroso que ela tinha conhecido quando jovem!


Certo que a bebida também ajudava com que Eleafar ficasse mais irritado, pensava ela. Mas como faze-lo parar de 
beber? Ele não reconhecia que bebia exageradamente as vezes. E muitas noites, vinha até a cama e a possuia de forma 
agressiva,chegando a machuca-la, e sem o mínimo interesse em dar a ela prazer de alguma forma. Ela sentia dores mas 
também isso aceitava calada, pois bêbado ele ainda poderia ser mais perigoso. Dessa forma, é que engravidara 
algumas vezes, com Eleafar completamente bêbado, recordava com tristeza...


Ela notara que após a conversa que Eleafar havia tido com Getúlio, ele estava bebendo mais ainda, e parecia cada 
vez mais irritado. Izabela não entendia o porque de Eleafar estar se comportando cada vez pior ultimamente, mas 
permanecia alerta, atenta, com medo do que Eleafar poderia fazer se fosse provocado além dos seus limites de 
suportação.

Envolvida nesses pensamentos, ela tinha se aproximado do fogão distraída, seu corpo estava ali, mas seu espírito
vagava a procura de uma solução para melhorar suas relaçoes com o marido,a quem amava tanto e foi então que pegando uma panela fumegante com 

feijões brancos que pretendia transformar em uma salada, foi caminhando em direção a mesa da cozinha. A panela 
pesava muito pois era de ferro, e Izabela caminhando tropeçou em um tapete e então a panela escapou de suas mãos e 
caiu no chão diante dela, espirrando a água fervente e os feijões em uma de suas pernas pé e tornozelos.

Izabela gritou de dor bem alto, pois sentiu que a queimadura era muito profunda, e as criadas correram em sua 
direção alarmadas. Izabela estava caida chorando e gritando pois a sua perna ardia demais e sentia uma dor 
insuportável. Após várias tentativas de acalma-la, já que continuava gritando devido a dor intensa das queimaduras, 
conseguiram pega-la no colo, frágil que era e leva-la para o quarto, tentando colocar água fria, mas perceberam que 
a carne estava exposta e que ali seria preciso um médico urgente.


Uma das criadas saiu correndo, apanhou um dos cavalos e foi em direção aos campos buscar ajuda.Enquanto isso Izabela gritava de dor e chorava desesperada....

No mundo espiritual, o guardião e a feiticeira satisfeitos, soltavam gargalhadas sinistras...

E Izabela tentava se lembrar do que Maico lhe dissera sobre Jesus Cristo e chama-lo mentalmente, enquanto
continuava a gritar e a chorar de dor.... O sofrimento era tanto que a um certo ponto ela não viu mais nada. Havia 

desmaiado...


Desfalecida sobre o chão, os cabelos loiros despenteados e banhados de suor, os lindos olhos claros fechados, a 
pele normalmente claríssima e delicada muito pálida, foi dessa forma que Maico e Eleafar a encontraram, e a levaram 
para a cidade onde havia um hospital... Sabiam que as queimaduras eram gravíssimas e que nada poderiam fazer ali 
por ela...






terça-feira, 8 de março de 2011

A FEITICEIRA

                                                              CAPÍTULO 10 

                                                            08  de março 2011


Estava muito escuro, Getúlio mal conseguia enxergar o caminho.Tentava ver algo mas não conseguia, a noite era negra e ele pensava, maldita a hora em que decidira aceitar o acordo com Raymond. Mas tinha de prosseguir. Era tempo que não falava com Laura, mas agora ela era a única que poderia ajuda-lo, pois sabia que Eleafar iria lhe dar muito trabalho...

Ele não se importava mais com o medo. As vezes em seu quarto ele sentia aquele perfume de Laura, sabia que ela estava por perto. Alerta ainda se viu tropeçando em uma campa em um velho cemitério, que se encontrava perto do pequeno sítio de Laura. Pela milésima vez pensou que deveria ter se recusado a ajudar Raymond.

Quando conseguiu sair daquela escuridão finalmente, a lua finalmente apareceu e começou a lhe mostrar o caminho. Tudo parecia brilhante demais, como se a lua tingisse de prata as pedras e tudo à sua volta, revelando um ambiente negro azulado e prateado, que ele percorria agora mais seguro.

Enquanto caminhava se lembrava do que lhe dizia sua avó, que o advertia que se roubasse uma flor de alguma tumba, a guardiã das portas do inferno viria em seu encalço.Ele ria baixinho, ao mesmo tempo que via as lápides ali próximas e uma arrepio percorria o seu corpo. Ria pensando que Laura era uma belíssima mulher, mas muito perigosa para êle...

O guardião de Raymond o seguia sem que ele percebesse... 

De novo olhava as pedras e lápides e sentia como se houvesse ali uma chuva de luar. Sabia que aquele cemitério não era visitado há muito tempo....Aquele velho cemitério pertencia a soldados que haviam perecido na primeira guerra mundial e muitos de famílias que viviam na região antes deles...Mas ali tinham ficado apenas os restos mortais dos que eram mais pobres, e os restos dos ricos tinham sido transferidos para a cidade, mais próximos das famílias.


Reparou que em muitos túmulos haviam flores frescas, provavelmente oferendas feitas pela feiticeira e seus 
adeptos as almas daqueles que haviam morrido....


Continuando a caminhar se deparou com algo novo, que não havia na última vez que tinha estado ali a visitar Laura. 


Era uma estátua no tamanho real de uma mulher, que parecia quase viva, tal a perfeição da mesma...De pé, usava um vestido dourado, com longos cabelos louros caindo-lhe pelas costas, o rosto voltado para ele e o olhar como se fosse  para o infinito e sua boca parecia sorrir e as mãos colocadas na altura do coração,como segurando algo, enquanto raios saiam do centro do seu peito. Mas o que mais impressionava, é que ao contrário das outras flores espalhadas pelas tumbas, flores do campo, ali haviam orquideas negras muito frescas mescladas com vermelho escuro, que alguém colocara a seus pés. Nunca ele havia visto orquideas como aquelas em sua vida!

Que coisa estranha, quem iria gastar uma soma considerável de dinheiro para fazer uma oferenda daquelas? Já havia visto contar de muitas oferendas,mas mesmo assim ao pensar que o cemitério tinha sido abandonado há muito tempo, gostaria de saber quem faria tal coisa...O que seria aquilo? Apego a um defunto?


Decidiu que  seria excelente e não pestanejou e resolveu retirar uma das orquídeas dali. Decerto que aquilo iria agradar a Laura mais que tudo, algo roubado tinha muito mais valor para ela. Ao puxar do maço uma das orquideas de novo sentiu um arrepio lhe percorrer o corpo mas puxou a orquidea negra avermelhada do maço espalhando as outras que estavam aos pés da estátua.


Sorrindo, em pensamentos pediu perdão para a mulher da estátua, mas então quando se afastava notou que as maos que estavam erguidas agora estavam como se estivessem segurando o próprio coração..Mas ele só poderia estar tendo visões sorriu para si mesmo, e no mínimo como naquele cemitério haviam várias esculturas, poderia ser que estivesse fazendo confusão com outra parecida....



Andando com passos mais rápidos, olhou de novo para trás e para sua surpresa, a estátua, que lhe parecia ser tão real não estava mais lá! Mas o que seria aquilo, pensou....

E o guardião dava gargalhadas enquanto observava Getúlio....


Getúlio, porém não era homem de se assustar por qualquer coisa, e pensou, malditos andarilhos que passavam por ali, e ciganos que talvez era por isso que sentira tamanho realismo naquela estátua, deveria ser na verdade uma das mulheres de algum cigano vestida daquela forma, que tolo tinha sido!

Apressou o passo porém e continuou caminhando procurando o portão que deveria fazer o limite do cemitério e conduzir a uma estrada que daria no sítio
de Laura...Mas agora a lua tinha se escondido e de novo o negrume da 
noite parecia engoli-lo e quase não conseguia enxergar nada. Voltou a pensar na avó com a orquídea nas mãos, mas 
resolveu caminhar mais e mais rápido e atingir o seu objetivo. O horário era perfeito para ir a casa de Laura e 
havia mandado um mensageiro avisa-la de que viria....


Continuou a caminhar entre as pedras que beiravam o cemitério e então achou melhor continuar por dentro dele, e 
sentia o coração na boca mas continuava pois não iria permitir que aqueles ciganos ridículos o fizessem sentir 
medo,mas o suor lhe escorria pelo rosto e a escuridão da noite persistia...Tinha de achar o portão de saída daquele 
lugar infernal e ir em direção a Laura...


E então as nuvens se espalharam e vindo em sua direção ele a viu....Andava em direção as pedras brancas
prateadas pelo luar que tinha voltado como se fosse para anunciar a sua presença. Não sabia se primeiro a tinha 

visto ou ouvido. Era branca como o mármore, a capa negra que lhe cobria também parte dos cabelos longuissímos lhe 
descia até os pés...Seu vestido escarlate trazia no peito um estranho objeto que ele não saberia definir o que 
fosse, os olhos claros era como se fitassem o nada, eram muito frios.Os cabelos longos com mechas douradas 
caiam-lhe ao longo do corpo e entoava um canto que lhe parecia familiar, de algo muito antigo que ele não saberia 
definir de onde vinha....Os labios de um vermelho profundo pareciam murmurar frases que Getulio não conseguia 
compreender...Trazia nas mãos uma orquidea negra como aquela que ele havia em suas mãos...

Ela avançou em sua direção, e então parou olhando profundamente nos olhos dele....Laura estava mais linda do que 
jamais a havia visto mas era uma beleza fria, de onde Getúlio viu surgir um sorriso de cumplicidade para ele, e dos 
olhos dela que pareciam fitar o nada pareciam sair faíscas vermelhas mas ele só poderia estar louco, pensou....tal 
eram as trevas daquele olhar...


E quando falou Getúlio sentiu lhe gelarem os ossos:

Que queres mortal? Para que aqui viestes e o que posso fazer por ti?

Ele tentava esconder a flor, pois via que ela já possuía uma flor daquelas, que idiota havia sido em querer lhe dar 
um presente daqueles. Aquela não era uma mulher comum e nem para brincadeiras...

Laura pensava que a eternidade era tão solitária e como gostaria de ter uma companhia mas isso não lhe era 
permitido, não deveria pertencer a nenhum homem...

Getúlio não tinha a menor idéia que estava diante de uma entidade e não de um ser humano, e nem o saberia, mas o 
guardião de Raymond o havia trazido até ali, e ela faria o que tivesse que ser feito.

Getúlio, que a este ponto se sentia muito incomodado e com dores nas costas terríveis,devido à tensão e o coração batendo 
acelerado, pensava de novo que tinha cometido um grande erro ao aceitar o pedido de Raymond, mas agora era tarde. 

Sua vontade era sair correndo, para longe dali. Embora Laura fosse uma mulher belíssima, ela o amedrontava de uma 
tal forma que não sentia por ela nenhum desejo, apenas um terror absurdo, que mal conseguia controlar. Mas iria até 
o fim no que desejava, havia decidido.


Então disse a ela: Preciso de sua ajuda novamente, minha cara e velha amiga, sei que não gostas de rodeios, e 
portanto vou ser objetivo em meu pedido, preciso que crie uma situação com algum feitiço para que Eleafar tenha que 
vender a fazenda Morada dos Sonhos o mais rápido possível! O tempo que possuo para que isso ocorra é de apenas dois 
meses e meio,devido a um acordo que fiz com o senador Raymond.


Laura lançou a ele outros dos seus sorrisos gélidos e se aproximou mais dele, tocando seu rosto com as mãos frias e 
brancas quase azuladas, provavelmente por causa da luz do luar, imaginou Getúlio enquanto estremecia...

E respondeu: Assim será feito! Mas precisarei de alguns sacrificios de sangue, meu caro amigo.O inferno não faz
nada sem que haja o retorno devido, você sabe. E creio que  entende perfeitamente do que estou falando. O que me 
interessa são alguns daqueles seguidores de Jesus Cristo, que frequentam aquelas igrejinhas da cidade, entendido? 


Portanto mande seus jagunços fazer o serviço pois precisarei deles para os rituais que serão feitos.

Getúlio mesmo sendo homem frio e sem escrúpulos, retrucou: Mas Laura, se trouxer a você vários deles, isso não 
passará despercebido na cidade! 

Laura então tirou do seu profundo decote uma poção e deu a Getúlio e lhe disse: Podem ser apenas dois, mas precisam 
ser torturados sem que apareçam sinais em seu corpo, de modo que as autoridades não consigam estabelecer o porque 
deixaram este mundo. E de novo sorriu gelidamente. Dê-lhes isto, e de fato não saberão a causa pela qual eles 
partiram deste mundo, e dessa forma não existirão comentários.


Ele olhou para ela e viu que a escuridão da noite começava de novo a voltar àquele lugar horripilante... E lhe 
disse:Assim será feito Laura, e o que mais será preciso?

Laura então lhe disse: Quero você aqui assistindo aos ritos e trazendo os dois daqui a treze dias. Enquanto isso, 
você já ficará sabendo que algo aconteceu na fazenda de Eleafar. Depois te darei mais instruções do que fazer. 

Agora vá.

Ela então veio em sua direção e encostou seus lábios frios nos dele e o beijou. Getúlio naquele momento sentiu que 
todas as energias do seu corpo lhe tinham sido  roubadas naquele instante. Permaneceu quieto, mas retribuiu ao 
beijo que Laura lhe havia dado,sentindo uma mistura de desejo e terror...


E então a noite se tornou negra e eles voltaram para suas casas sem mais uma palavra.

O guardião acenou para Laura e partiu satisfeito. Tudo estava indo de acordo com os planos das trevas...

terça-feira, 1 de março de 2011

O ACORDO MALIGNO

                                                 01 de março de 2011                  


                                                          CAPITULO 9 





Os preparativos na fazenda de Getúlio para a chegada do senador Raymond tinham sido feitos. Meticuloso, Getúlio não descuidara de nenhum detalhe. Era sempre um honra receber um velho amigo. E o senador lhe enviara mensagem dizendo precisava lhe falar com urgência.


Getúlio,vestido de forma muito elegante, caminhava de um lado para o outro ansioso. Sabia que para o senador ter resolvido vir assim de forma rápida, é porque algo de muito urgente precisaria. E êle não via a hora de saber o que era. 


Ao longe se ouviram então sons de cavalos galopando velozes, e de um ponto distante, rapidamente se avistava a magnífica carruagem do senador, se aproximando mais e mais e o barulho dos cavalos aumentando até que se aproximou da entrada da casa da fazenda, e então parou de forma suave diante de Getúlio que já se encontrava na varanda com um largo sorriso no rosto.


Os criados do senador Raymond desceram e se colocaram em uma fila e então o senador desceu da carruagem e caminhou rapidamente em direção a Getúlio, trocando com ele um caloroso aperto de mão.


Adentraram a ampla sala ricamente mobiliada e iluminada, onde já haviam criados prontos para servi-los no que precisassem. Getúlio mandou sair  todos e os dois amigos se sentaram nos amplos divãs ali existentes enquanto tomavam um chá com torradas, doces e vários tipos de pães.


Falaram de amenidades, enquanto o senador mentalmente chamava o seu guardião e lhe pedia que o instruisse em tudo que fosse dizer. Getúlio, muito amável, discorria tranquilamente sobre as últimas novidades da região, e aguardava o momento em que o seu amigo de muito tempo iria lhe pedir desta vez e que ele sabia que como sempre, não poderia recusar.


 Então o senador, levantou-se e começou a caminhar na sala diante de Getúlio. E lhe disse: Meu caro amigo, é um prazer estar neste paraíso, mas sabes que vim aqui em missão e não disponho de muito tempo devido a inúmeros compromissos assumidos. Então vou rapidamente ao ponto que nos interessa.


E continuou: Sei da tua enorme influência nesta região, assim como você sabe muito bem que estamos próximos de uma nova campanha política e que como sempre, irei precisar dos seus préstimos para o sucesso absoluto de minha candidatura. 


O guardião nesse momento estava nos ombros de Getúlio, que não o enxergava, mas sentia um grande peso nas costas e bastante incômodo físico. Mas na sua mente aquilo era tensão, devido a problemas recentemente sofridos, e ele não imaginava que estivesse sendo influenciado de alguma forma. Mas na sua mente vinha a frase "atenda o que ele quer", repetidas vezes, de modo que ele nem ao menos estava refletindo bem ao ouvir as palavras do senador. Apenas concordava com a cabeça e ouvia desatento os argumentos de Raymond, que por sua vez, via perfeitamente o guardião ali no campo espiritual o ajudando a convencer a Getúlio daquilo que desejava.


E Raymond então disse a Getúlio: Portanto, é de fundamental importância que você compre a fazenda de Eleafar, não importa o quanto venha a custar ou por quais meios, pois sem isso não teremos como fazer a ferrovia passar na região, espero que tenha entendido. Imagine essa ferrovia pronta antes da próxima campanha, meu amigo, o que vai representar em termos de votos do povo para mim e meu grupo político.


Getúlio sorriu, bastante influenciado já pelo guardião, e disse a Raymond: Estive com Eleafar há algumas semanas e lhe disse que tinha interesse em comprar, mas ele recusou dizendo que a mim não a venderia jamais. Porém....eu creio possuir uma forma de faze-la vender sem que seja preciso muito trabalho. E deu uma risada sarcástica que retratava bastante a influencia do guardião de Raymond sobre êle.


Raymond, ainda caminhando de um lado para o outro, disse a Getúlio: Meu amigo, use os meios que lhe aprouver, mas temos pouco tempo, então terá de agir rapidamente. E claro meu amigo, que apenas o caminho esteja livre para a ferrovia passar, eu o recompensarei regiamente é claro!


Getúlio raciocinava naquele momento, que adoraria que o senador RAymond conseguisse os cavalos de raça que há tempos desejava ter, os campeões para que pudesse realizar seu sonho de ter na fazenda competições e com isso atrair a alta sociedade do lugar para eventos que lhe renderiam muito lucro. 


Então disse a Raymond: Querido amigo, você conhece os meus sonhos com relação aos cavalos árabes que sonho em ter aqui na fazenda. São caríssimos e não disponho de tanto dinheiro para adquiri-los e mante-los adequadamente, mas seria um grande presente para mim realizar campeonatos aqui e dessa forma reunir os poderosos e também trazer a você para nos fazer companhia!


O senador sorriu satisfeito. EStava sendo fácil muito fácil convencer a Getúlio, sorriu para si mesmo, com o 
guardião ali à sua disposição. 


Então, caro Getúlio, estamos combinados! disse o senador. Terá tudo que deseja e até mais, mas tem que me dar sua palavra que irá conseguir o que desejo, custe o que custar.


Getúlio extendeu as mãos para Raymond e trocaram um forte aperto de mãos formalizando dessa forma o acordo feito. 


Estava tudo combinado e agora seria a vez de Getúlio agir.


E Getúlio já pensava que iria fazer uma visita, assim que o senador se retirasse, à sua amiga feiticeira, que tantos favores já lhe havia feito.....Afinal, o acordo tinha sido feito e precisaria ser cumprido a todo custo.


Após essa conversa, os dois se dirigiram para a ampla sala de refeições, enquanto os criados se movimentavam para servir um abundante almoço com as mais finas iguarias da região, produtos oriundos da fazenda, e todo tipo de bebidas, frutas e doces, um verdadeiro banquete.E Raymond ficou ainda mais satisfeito, quando viu as belas criadas vestidas com belas roupas e com belissimos decotes que mostravam seus atributos físicos generosamente. O senador pensou que naquela noite, poderia estar com uma delas e quem sabe transforma-la em uma discípula, iria consultar seu guardião a respeito....


O guardião de Raymond, que naquele local já cumprira sua missão, se dirigia agora à fazenda de Eleafar, pois tinha planos para aquela noite...iria começar a sua parte na história.. 

sexta-feira, 25 de fevereiro de 2011

CAPÍTULO 8 E O INFERNO SE MOVE........

25 de Fevereiro de

 2011


Naquela pequena cidadezinha escondida nas montanhas, em uma de suas ruas principais,se encontra uma construção discreta, porém suntuosa, estilo gótico,provavelmente construida na idade média, que se assemelha muito a uma catedral, com portões em ferro cheios de desenhos e figuras.Nas paredes figuras em pedra e acima do portão principal, se destaca um gárgula, uma escultura de pedra com ar ameaçador, que parece  ser um guardião daquele lugar,conferindo um ar sinistro e fazendo medo aos transeuntes.


As janelas se destacam com vitrais com desenhos discretos também em  estilo gótico e as portas aparecem fechadas hermeticamente, de modo que nada se possa ver do lado de dentro.A vegetação avança pelas paredes em partes da construção, enquanto se veem  homens no pátio, vestidos de maneira sobria, que estão atentos a  tudo que ocorre ao redor.


Os habitantes da cidade já se haviam acostumado com o mistério daquele local, e notavam as vezes visitas de forasteiros ali, mas não se aproximavam, já que os guardas,sempre com o semblante muito serio e fechado,pareciam não gostar de visitas e muito menos de curiosos.


 Alguns moradores porém, murmuravam entre si que as vezes nas madrugadas ouviam gritos, gemidos e risadas assustadoras, mas nenhum se atrevia a se aproximar por receio que algo acontecesse a eles ou suas famílias. Na verdade tinham medo daquele lugar e ficavam o mais distante que pudessem dali.Mas corriam estranhos boatos acerca do mesmo...


Naquele final de tarde gélido e sombrio, uma carruagem pára diante do portão principal daquela estranha construção e no interior da mesma se vê  a figura do senador Raymond,acompanhado pelos seus criados.Com um gesto ordena que se abram os portões e a carruagem entra no pátio principal,enquanto os guardas fazem acenos ao senador de forma ritual, enquanto ele adentra o local com passos largos e decididos.


Ali dentro,Raymond  encontra alguns membros da sociedade secreta da qual  participa.Trocam cumprimentos com palavras e gestos característicos deles,e depois disso acompanham o o senador para os aposentos que servirão a ele para realizar os rituais já programados para aquela noite.


Essa construção na verdade é um dos templos utilizados pelos membros da sociedade secreta da qual o senador faz parte há muitos e muitos anos com a qual  fez o pacto que o tornou um deles.


O senador diz a um dos cavalheiros ali presentes: Quero privacidade absoluta e não devo ser interrompido de forma alguma! Tenho muitos  compromissos e deverei partir logo pela manhã.


Esse cavalheiro que parece ser o principal deles, faz um sinal com a cabeça e o acompanha em silêncio a uma sala imensa nos fundos do templo..Ali chegando, aperta a mão do senador com os olhos frios e lhe 
diz:Está tudo pronto para que possa iniciar.E o deixa ali sem mais nada dizer.


Esta sala do templo é impressionante pela riqueza e luxo dos seus materiais. O piso todo formado por estranhos desenhos e figuras, todo em mármore, as paredes recobertas de pinturas a óleo de figuras ilustres da época, aqui e ali bancadas com bacias de bronze, espadas, materiais variados para rituais, velas, preparados caprichosamente acondicionados em recipientes de vidro, estátuas de vários formatos e tamanhos em pedra esculpida e o teto cheio de pinturas representando diversos simbolos, pinturas todas 
elas a óleo e no meio da sala um imenso espaço vazio, onde o marmore faz um enorme desenho em círculo negro, imenso bem no centro da sala.


O senador coloca seus pertences em um divã, e se dirige a uma saleta contigua, onde troca suas roupas de viagem por roupas negras, colocando também em seu pescoço algo que se assemelha a uma estrela, e volta para a sala principal.


Ali, apanha um pedaço de giz e começa a traçar um circulo branco no marmore negro, com perfeita precisão, enquanto murmura palavras de ordem ritualistica. Após ter desenhado o circulo, ele apanha velas de varias cores,uma para cada finalidade e as acende dentro do círculo, ao seu redor, invocando os elementos que servem para aquele ritual.


Sua voz soa na sala de forma fria e autoritária, e  não há no senador nesse momento nem um fio sequer de emoção, a sua firmeza e rigidez facial é impressionante.Seus olhos parecem não ter vida mas estão negros como a sua vestimenta.Depois de ter acendido as velas, uma em cada posição nas laterais do círculo, se dirige a uma bancada e apanha uma bacia já preparada com sangue, e coloca a mesma no meio do circulo traçado.


 Aquela bacia, o senador já havia ordenado aos membros do templo que providenciassem o sangue que cedido por alguns discípulos do templo, que ali viviam e que colaboravam dessa forma em ocasiões que se faziam necessárias para os membros da sociedade.


Então, com voz potente o senador invoca o seu anjo negro guardião, e o faz conforme os rituais que aprendeu e que tinham sido perpetuados por gerações dessa mesma sociedade.


Apenas um minuto e se materializa ali uma figura de um homem de negro,que expoe sua malignidade no olhar, e se sente também um estranho cheiro no ar, desagradável,o ambiente todo se transforma como se ali houvessem densas trevas e esse guardião então diz ao senador: Diga o que deseja.


O senador se curva perante esse espectro e lhe diz: Desejo que escravize meu amigo Getúlio de forma a obedecer tudo que eu lhe mandar fazer, seja lá o que for. Desejo tambem que faça com que consiga convencer a Eleafar,fazendeiro vizinho de Getúlio,a vender sua fazenda para ele imediatamente, pois disponho pouco tempo para poder realizar meus planos. E por último desejo que faça com que se 
concretizem meus planos de fazer ali passar a ferrovia que é fundamental para o sucesso de minha próxima campanha política.


O guardião materializado solta uma risada sarcástica e prolongada e depois fica subitamente muito sério e diz ao senador: Raymond:.Esqueceste da parte mais importante do seu pedido meu caro!Sabe muito bem 
que nada faço a ninguém sem receber algo em troca! 


O senador Raymond não se intimida e lhe diz: Qual o preço exigido para que se cumpra minha vontade?


O espectro caminha de um lado para outro, enquanto pequenos espectros vem se juntar a ele,como se fossem um conselho.Confabulam entre si, e depois o homem de negro diz a Raymond: A alma de Getúlio levarei primeiro e a de Eleafar depois,assim que esteja assegurada a construção da ferrovia. De 
toda forma, eles já são meus mesmo!E de novo solta uma gargalhada sinistra.Além disso quero que me traga pelo menos mais cem discipulos e cinquenta discípulas, no prazo de um mês e prepare aqui neste mesmo local uma orgia com comidas e bebidas da melhor qualidade.Em três meses terás tudo o que desejas.


Raymond então lhe responde: Para mim está perfeito!


O guardião e Raymond selam assim o seu pacto maligno, e depois deixa o recinto da mesma forma que chegou, se desmaterializando... deixando no ambiente densas trevas.


Calmamente, o senador Raymond vai a saleta contígua, apanha seus pertences e vai para o quarto que fora previamente preparados para ele, e então se dirige ao banheiro e ali toma um banho relaxante enquanto 
fuma um charuto e sorri para si mesmo. Tudo está andando conforme o planejado e mais uma vez ele conseguirá o que quer....

quarta-feira, 16 de fevereiro de 2011

A FERROVIA



17  de fevereiro de 2011 


CAPITULO 7 






A fazenda Morada dos Sonhos, de Eleafar, era uma das maiores e mais bem estruturadas da região. Nela haviam plantações de algodão, de café, criação de gado e porcos, e os negocios iam muito bem, pois tudo que se produzia era vendido na região ou enviado para longe, através das carroças que eram conduzidas por alguns empregados de confiança,como era o caso de Maico, ou pelos filhos de Eleafar, que costumavam acordar muito cedo e ajudar o pai em tudo que podiam na fazenda, enquanto as mulheres, Mary e suas irmãs Doris e Manuela, ajudavam nas colheitas quando o trabalho aumentava e os empregados não davam conta

Mary costumava ir e vir com as refeições para todos, que ela acomodava em seu lindo cavalo baio que voava pelos campos com ela enquanto o vento batia em seu rosto e o sol queimava sua pele delicada.

Enquanto o marido e filhos trabalhavam, Isabela ficava na casa da fazenda cuidando dos afazeres domésticos, ajudada por alguns criados e cuidando das refeições da família.Isabela era excelente cozinheira e a comida saía deliciosa e fumegante do fogão de lenha que havia ali, que era aquecido por lenha trazida da floresta que havia na fazenda.

Embora a família Thompson fosse uma das mais prósperas da região, os sacrificios eram muitos para todos, era uma vida dura e que exigia muito esforço e dedicação de todos. E Eleafar a todos comandava com mão de ferro sem admitir erros.

Eleafar possuía tambem na cidade próxima dois açougues, que eram mais uma fonte de renda para sua família, e a carne vendida era produzida em sua própria fazenda.

Dinheiro não era problema para os Thompsons, que viviam dignamente e com muito conforto.Mas todos tinham de trabalhar muito para conseguir manter a fazenda e os negocios de vento em popa.

Eleafar e Isabela tinham vindo de muito longe, fugindo da guerra, mas tinham trazido consigo o ouro que puderam e dessa forma, haviam adquirido a fazenda e mais tarde os açougues. Na fazenda, tinham nascidos seus filhos, todos de parto normal.

Eleafar ouvira rumores na região sobre a possivel construção de uma ferrovia.Ele achava que se isso fosse verdade poderia ser ótimo para seus negocios, já que poderia aumentar a produção na fazenda e fazer com que seus produtos pudessem ter suas vendas aumentadas. Mas não fazia idéia de como seria o traçado da mesma, nem por onde passaria ainda.Mal sabia ele que sua vida seria completamente mudada por causa disso.....